Texto de Glayson Arcanjo

Helô Sanvoy. Sem título, 2014. Nanqui sobre camadas de papel vegetal. 78 x 150 cm. Foto. Paulo Resende 



Apontando para outro diálogo possível passamos a conversar com o trabalho textual que Helô Sanvoy se propõe realizar. Helô desenha ao exercitar as ações de ler, marcar, apontar, riscar, enfatizar partes de livros, jornais e revistas, produzindo, ora sobreposições de camadas translucidas dos papéis, ora a falta de letras e palavras onde antes efetuaria a sua leitura. Também é possível que a leitura seja ativada em uma imagem já impressa no papel jornal deixada pelo artista. Ao selecionar folhas de jornais impressos, sua estratégia permite transitar no limite do texto,  reorganizar suas lacunas, elementos dados a serem vistos e lidos ou mesmo o impedimento desta leitura habitual, já que o processo de construção da imagem o artista veda ao espectador a possibilidade de chegar ao “texto original”. Nestas páginas duplas e impressas de um jornal cotidiano, o que passamos então a tentar ler, mesmo que em sua impossibilidade de leitura total, são os próprios movimentos dos desenhos impressos, ou recortados da superfície do papel. 
Glayson Arcanjo


Helô Sanvoy. Sem título, 2014. Recorte em jornal. 58 x 32 cm. Foto. Paulo Resende 

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