Desvio Para o Branco, 2013



Helô Sanvoy
Desvio Para o Branco, 2013


A ação foi realisada no início do mês de dezembro, consistindo na produção de 15 tabletes de gesso, que posteriormente 14 deles foram jogados em frente a Assembleia Legislativa do Estado de Goiás. A fabricação dos tabletes foi registrada em vídeo e a intervenção foi registrada em fotografia, também foi incorporado a esse material um vídeo com  uma matéria de um jornal local. Esse material foi editado e um único vídeo que compões a instalação junto com os objetos. 




O ato de jogar os objetos na rua não se coloca como ação principal do trabalho, nem se coloca como uma performance, porém se aproxima mais das “situações”  propostas por Artur Barrio nos anos 70, o trabalho se realiza de fato em sua dimensão social, na instância de provocar  desvios nas rotinas pela sua propagação, ou seja, quando os tabletes foram encontrados na rua, na divulgação em jornal impresso, nas matérias vinculadas na TV e internet, nessa instancia o trabalho se confunde com possíveis acontecimentos urbanos, capaz de provocar estranhamentos no cotidiano. 

            




Os materiais escolhidos no trabalho partiram do interesse em materiais que ao mesmo tempo pudessem ser material e símbolo. O gesso por ser um material bastante usado na historia da arte e por suas funções de reprodução e fabricação de moldes. A gravata por ser um símbolo fálico e de poder. 










A escolha do lugar, Assembleia Legislativa do Estado de Goiás/Bosque dos Buritis, por entender que é um lugar que carrega em si cargas simbólicas por ser sede do poder legislativo e um órgão público. Carga essa que pode ser potencializada por acontecimentos, como episódios durante determinado períodos históricos, que agregam significados outros a esses espaços. Assim como no trabalho Tiradentes: totem-monumento ao preso político (1970), realizado por Cildo Meireles durante o feriado de Tiradentes, o trabalho se potencializou pelo período histórico, a ditadura, e também é somado a esse trabalho, as ações comemorativas promovidas pelo governo nessa data. Aproprio das cargas simbólicas atribuídas aos prédios públicos, potencializadas por acontecimentos como transporte de drogas ilícitas financiadas com dinheiro público, entendo que esses espaços públicos são entendidos como locais de "tensão", porém essa "tensão" é temporal e o trabalho só teria força nesse momento.










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